segunda-feira, 8 de junho de 2009

TEM ALGO ERRADOOOOO


É isso mesmo, tem algo errado. O pior de tudo é que estamos achando que é normal, faz parte, acontece naturalmente, mas confesso que preocupa-me. Falo da tecnologia. Ela está nos enclausurando. Ao mesmo tempo em que nos aproxima também nos afasta do contato físico, da relação a moda antiga.

Deixa me fazer entender. Desde janeiro, especificamente dia 28, data do meu aniversário, penso nisso. Pelo simples fato de receber 62 recados no meu Orkut, mas nenhum deles pessoalmente. Sabe um contato telefônico, um “olá, parabéns Sandro”, uma visita no escritório. Nada. Nem os amigos mais próximos. Mas pela internet muitos recados, lembranças e mensagens legais, bonitas. E ai daquela época até hoje fico matutando, algo está errado. Como será amanhã? Parece que está mais fácil dizer que amamos a esposa, o pai, o filho, os amigos por uma linda mensagem de PowerPoint que pessoalmente. E o pior, estamos achando normal, nos acostumando.

É o e-mail que recebemos que pergunta como estamos, é a mensagem via celular que dá noticias do nascimento do filho, a virtual que anuncia as novidades na família, dos amigos. Eu mesmo me pego às vezes deixando mensagem de feliz aniversário no Orkut dos amigos, como aconteceu semana passada com a Lene, mas tento me policiado e sempre busco pelo menos ligar. Hoje mesmo já liguei à ela para dar os parabéns atrasados, apesar do virtual já estar no “recados” dela desde sexta, dia do seu aniversário.

Percebo que o contato pessoal está cada vez mais difícil, incomodo. Por isso, digo que algo está errado. A tecnologia era para tornar nossa vida mais fácil, a fim de permitir que sobrasse tempo para o contato pessoal. Um café, um chá, um papo, um abraço, um vinho, um jantar. Mas “ta” danado. Ela facilita tanto o trabalho, ao ponto de nos deixar sempre trabalhando. Pra muitos isso é normal, mas pra mim não. Hoje são os amigos, amanhã é a família e viveremos sem contatos. Saímos cedo, chegamos tarde e já saímos cansados no outro dia para o trabalho. Algo precisa mudar. Cada um conhece o seu ritmo. Não vamos permitir que a tecnologia, que nasceu com o propósito do desenvolvimento, da evolução e de facilitar a vida das pessoas proporcione também o afastamento, evite o contato físico a boa e velha conversa jogada fora entre nós.