segunda-feira, 30 de março de 2009

Programa de Índio

Por duas vezes seguidas eu prometi ao nosso filho Raoni, de dois anos e meio, que sexta-feira iria embora cedo para nós, eu, Solange e ele andarmos a cavalo. Por duas vezes seguidas não consegui cumprir a promessa devido a compromissos profissionais. Ontem domingo, consegui. Acordamos 7h45 min, tomamos café e do nada falei: “Quem quer andar a cavalo hoje”.Deu para perceber no jeito dele a cara de surpresa e de felicidade. Existe algo mais surpreendente do que a cara de surpresa em uma surpresa feita a um filho. Só quem gosta de fazer surpresa pode saber.

Solange, minha companheira e esposa, montou o Túbiano. Eu e Raoni fomos juntos no Alazão. O trajeto contou ainda com o Leo, neto do seu Lauro, montado em seu cavalo branco. Saímos do sítio onde moramos, no Rio Morosini, em direção a uma cachoeira que sempre desejamos conhecer. Ela sempre despertou a nossa curiosidade. Só tínhamos a visto em dia de sol, da estrada, lone, devido a fenda aberta na mata virgem onde suas águas claras, como se formassem um enorme véu de noiva desciam. Não sabíamos se íamos conseguir chegar lá, mas mesmo assim, já estava valendo a pena e valeu mesmo. O trajeto foi magnífico. Na ida paramos duas vezes para os cavalos descansarem, pois era apenas subida.

Quando deixamos a estrada que leva a roça dos agricultores locais e seguimos pela trilha a emoção aumentou. Por vários motivos. E os motivos mais simples possíveis. Cito o ar resfriado pela imensidão de sua mata virgem; a terra molhada exalando seu perfume próprio; as lindas bromélias, suas cores e tamanhos diversos, a trilha pequena fazendo nós seguirmos em fila indiana. Até mesmo a altura que estávamos denunciada pó r um “peral” quase que íngreme que assustou e muito a Solange, que tem pavor a altura. Mas duas surpresas nos aguardavam pelo caminho. Uma ainda na subida. A pequena queda d’agua nos obrigou a lhe contemplar. Descemos dos cavalos para saciar a sede em suas águas cristalinas, registrar esse momento pela Nikon D 40 quando de repente escutamos “Posso molhar o pé mamãe?”, perguntou Raoni. É óbvio que deixamos.

Chegamos ao topo e lá estava a grande cachoeira com sua imponente queda. Só teve um problema. A vimos de cima para baixo e não de baixo para cima, então não conseguimos ver a sua queda na totalidade, pois as águas desapareciam. Mesmo assim valeu e muito. No retorno, feito por um outro caminha, esse usado pelos agricultores para acessarem suas roças, assistimos um momento interessante, o dançar das borboletas. Eram de várias cores e tamanhos. As vimos durante boa parte do retorno. Embaixo do morro, já chegando à estrada geral, duas horas de cavalgada, alinhados lado-lado e conversando, Solange comentou “que belo programa de índio”. Óbvio que seu sorriso e seu olhar denunciaram sua forma irônica de dizer que foi uma bela manhã de domingo. Muitos preferem ficar a frente da TV assistindo qualquer coisa, mas ai é outra história.

O dançar das borboletas. Gostei de mais dessa foto

Amoras que comemos no caminho

A queda da cachoeira que não conseguimos ver por completa

Por que não existe obstáculo para a vida

Raoni e Solange e o início da cavalgada

Contemplar o belo, a beleza, a vida faz bem à saúde

10 comentários:

Paulinha Leitão disse...

Ameeeeeeeeeeeeeiii! Essa é a proposta e está corretíssima! Se ainda não tinha divulgado, não gostei, está ótimo e é isso mesmo que as pessoas precisam começar a ler pra entender, estamos vivendo cada dia automaticamente e deixamos de lado coisas siples que dão tanto prazer e não custam nada! Agora falta a Isa visitar o Raoni pra conhecer o mato também!!! Mas primeiro eu prometo que vou fazer a inauguração da casa!!! hauahuahauha beijão pros 3

Andressa Fabris disse...

Ai, adoro amora! Cata umas pra mim da próxima vez.
Não sei andar a cavalo e tenho medo mesmo, mas adorei "passear" com vocês neste post.
Parabéns pelo blog!

Sandro De Mattia disse...

Salve Salve Paulinha e Fabris. Agradecido pela visita. Fiquem a vontade e estão convidadas para irem no sítio.

Unknown disse...

Que lindo Sandro!!! Parabéns.

www.levagalume.blogspot.com disse...

Que delícia de sítio e de passeio. Adoro cavalos e amo montar também! O Heitor já foi meu companheiro de muitas cavalgadas. Estou louca para que a Luísa cresça loga para poder andar comigo! Um abração!

Filipe disse...

Muito bonita as paisagens registrada nas fotos, Sandro.

Parabénss!

Anônimo disse...

Também fiquei curiosa ao ver o endereço no msn.
Fico só imaginando como será este tão falado sítio....
hahahaah
muito especial seu texto, depoimento....companheiro!
Parabéns!
Taize Pizoni

Clenia disse...

Ah, vcs viram, vcs viram??? E o autor disso tudo é meu irmão ;)
O Glé (lê-se Sandro) é o Cara!!!
Mas tbm continua a ser pq tem uma esposa maravilhosa, que é a minha cunhadinha Solange. Só podia gerar um Raoninho da vida neh, lindoooooooooooo, meu tchutchão!!!

cris dc disse...

O Raoni tem muita sooooooorte Sandrão. Pbens véio...e com coisas simpleo da vida que a gente aprende os valores da vida e tenho certeza queo guri nao vai esquecer esse passeio...bom se esquecer...mostra o blog...pbens véio..ja tá add nos favoritos...agora tu atualiza neh, abraço,
Cris

Lucas Borges disse...

Grande Sandro! grande texto!
minha infância foi numa cidadezinha de interior, com muitas aventuras como essa que vc relatou.
As crianças deveriam passar por essa experiência, ir à cidade grande apenas em época de estudos. Aprender a valorizar as pequenas coisas e, especialmente, a natureza.

grande abraço!